sábado, 7 de fevereiro de 2009

O delírio dos neanderthais

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Assisti na última terça-feira numa sessão fechada do Cine Glória ao longa-metragem "Titãs- A vida até parece uma festa", documentário dirigido por Branco Mello, um dos integrandes da banda de mais de 25 anos.

Filme eletrizante com uma câmera que não para. Imagens de arquivo combinadas com imagens de shows, bastidores de turnês e ensaios. Uma coletânea de loucuras.

Coreografias um tanto quanto sincronizadas. Cores. Bizarrices como o salvamento titânico de uma garota que era atacada por uma aranha gigante no Programa do Gugu Liberato. Tosco, porém engraçado. Um dos momentos mais hilários do filme.

Outra cena surreal é quando os Titãs assam uma panela cheia de produtos químicos. Uma droga assada para uma viagem permanente.

O idealizador do filme, Branco Mello, que começou a capturar as travessuras da banda há vinte e poucos anos, revela o porquê de não tirar os óculos mesmo sem sol. Ele vive doidão e não quer se mostrar tão doido.

Paulo Miklos é outro pirado. Ele e os companheiros aparecem numa cachoeira sujos de lama. Fazem caretas, ficam tortos. São seres neanderthais.

Sérgio Britto, apesar da cara de bonzinho, também tem seus distúbios. O boa praça Tony Belloto é visto tragando um back. Arnaldo Antunes se empolga em casa. Charles Gavin toma um esporro do produtor Liminha. O baterista do Titãs, um dos últimos a entrar, parece o mais normal da turma.

Nos créditos descobrimos que Marcelo Frommer é um dos compositores mais atuantes. Detalhe: todos compunham na banda. Ah! Já ia esquecendo do Nando Reis. Este parece ter saído brigado dos Titãs. Depois que Nando saiu, os caras fizeram uma música sugestiva que falava em libertação.

No final, ficamos sabendo mais sobre os punks da Hebe, as mamonetes e os pilotos de avião.

A edição é ágil, mas o corte brusco dá lugar à emoção do enterro de Marcelo Frommer, que teve uma morte musical, atropelado perto de casa.

O tempo é bom. Uma hora e meia. Não cansa e ainda deixa um gosto de quero mais. É impossível não cantar junto canções como "Go back" e "É preciso saber viver"; e não vibrar com a massa a cantar "Polícia" no Rock in Rio de 1991. Uma multidão salta e uma roda rola no meio.

Um show no telão.

Outro detalhe: cineminha cativante o Glória. Programado pela espevitada Laís e com prioridade para o cine brasil. Pode crer. Fica debaixo da cabeça de dinossauro do Vargas. Simplesmente Underground.

4 comentários:

  1. Wesley,

    Uma pena que aqui em Campos é quase certo que não teremos a exibição deste documentário. Já li algumas reportagens e críticas acerca do filme,e depois do seu relato, a vontade de vê-lo é maior ainda.
    Além disso, fiquei feliz ao ler no "Urgente" que será um dos promotores em nossa cidade do programa "Cinema para todos".
    Grande abraço e mais uma vez parabéns pelo espaço!!!!

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  2. Neto,
    Vamos tentar convencer o exibidor do Cinemagic a trazer o documentário.
    Tenho convicção de que existe um público ávido para ver o filme.

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